Compromissos espirituais do adepto
O Rito de Passagem
As cerimônias de iniciação na tradições de Quimbanda Nàgô, Malê e Mussurumim na família Domínio de Exu Marabô e Maria Padilha tratam-se de ser um rito de passagem que simboliza a morte homem profano e renascimento para às fileiras de Quimbanda construindo assim uma nova vida norteado pelos princípios da força (Belzebuth), da honra (Astaroth) e da sabedoria (Lúcifer). É o momento em que são constituídos pactos e compromissos espirituais entre o adepto iniciado, seu Exu tutelar e com Exu Marabô e todas Entidades de nosso templo e tradição. Assim sendo, a cerimônia de iniciação à Quimbanda não constitui apenas um ritual de feitura de Exus, mas num curso de desenvolvimento pessoal e espiritual, que esta atrelada à meritocracia e à hierarquia da Quimbanda Nàgô, que pode começar no batismo e terminar na elevação de Mestre de Quimbanda. Portanto, a iniciação irá vincular definitivamente o neófito ao seu Exu tutelar, ao Exu Marabô e ao nosso templo, nossas práticas e costumes, diante das alianças firmadas entre vivos e mortos e selada pela Coroa do Maioral da Quimbanda.
Deixamos claro que o fenômeno do transe, ou seja, a incorporação dos Exus e Pombagiras, não é pré-requisito para iniciação na Quimbanda, contudo seja obrigatório para o levantamento e apronte como Mestre de Quimbanda Nàgô. Para àqueles que possuem esse tipo de mediunidade, a incorporação no ato do sacrifício propiciatório ao Exu tutelar é um momento que coroa a cerimônia de batismo ou de iniciação, mas não se trata de uma condição primordial para que o noviço seja batizado ou iniciado no culto tradicional dos Exus e Pombagiras.
Em nossa tradição de Quimbanda não exigimos o recolhimento na Casa de Exu ou Cafua no período em que ocorre o processo da cerimônia de iniciação, ou seja, a iniciação na Quimbanda Nàgô não exige isolamento social, pelo contrário, entendemos que a livre passagem pelos caminhos como um ponto forte de atração de forças mercuriais dos Exus. E não obstante, o ritual de Iniciação pode durar três dias ou mais, dependendo das especificações dos Exus de comando da casa ou dos Exus tutelares dos novos iniciados nesse caminho de magia afro-brasileira.


Deixamos claro que não praticamos Satanismo ou Luciferianismo propriamente dito, ou seja, não implicará num culto exclusivo à Quimbanda dentro de sua realidade, podendo o iniciado também ser praticante e iniciado em outros cultos como Umbanda, Candomblé, Jurema, Isese Lagba, Ifá, etc., desde que trate a Quimbanda Nàgô como um culto independente do outro em questão, e sem misturar fundamentos. Assim como não exigimos o sacerdócio público, ou seja, o neófito que não possui vontade de atender o público poderá se manter como um sacerdote individual ou mesmo familiar, se isolando à sua realidade apenas ou à realidade de um pequeno grupo familiar, tudo conforme a vontade do adepto e apoio dos Exus tutelares, afinal a Quimbanda é culto de liberdade e não de escravidão e obrigação forçada.
O culto aos Djinn e forças ctonianas
A Tradição Quimbanda Malê
Por outro lado, temos a cerimônia de iniciação na tradição Quimbanda Malê, a Banda do Exu Rei praticada no Domínio do Exu Marabô e Maria Padilha, é focada em um culto totalmente diferenciado, onde guardando os fundamentos do povo Malê, que se traduz do yorubá como “imale” ou “málami” pelo haussás, como “muçulmano”; é uma Quimbanda de culto aos espíritos demoníacos da magia salomônica árabe o qual chamamos de Djinn. Afinal, através dessa estúrdia histórica, se preserva nessa vertente de Quimbanda fórmulas especiais e bem secretas de acesso à estes seres, Demônios, através dos ritos de Kimbanda.
Sendo assim considerado por muitos pesquisadores a vertente mais tenebrosa ou complexa de se lidar com seus espíritos, tendo em vista que a presença dos Exus nesta prática não se resume a focos ancestrais, mas também a entidades naturais e elementais chamado pelos árabes de djinn, e por nós conhecidos como demônios. Por este motivo, dentro desta vertente, quando fazemos um rito iniciático o neófito não faz apenas um pacto com Exu e Pombagira ancestral, ou seja, almas deificadas, mas também com forças ctonianas (do submundo) desconhecidas por muitos, o que garante a força do Kimbanda em suas práticas conforme essa tradição.
Encantamentos, magias protetivas e mandinga
A Tradição Quimbanda Mussurumim
Por outro lado, a Quimbanda Mussurumim, que também descende dos povos malês no Brasil, mas com uma forma de culto ancestral mais forte, caminhado em um lado diferente da Quimbanda Malê, onde a pegada é a força demoníaca; esta vertente está ligado muito às forças dos encantamentos, das magias protetivas e projeções de maldições. Está vertente tem como base as magias que fortalecem o campo mental e a fala do devoto, sendo ela reconhecida até na tradição popular veladamente no ditado “quem não pode com mandinga, não carregue patuá”; esse ditado quando fala-se de mandinga, não refere-se à feitiço, mas à um feitiço Mussurumin, os Alufás de outrora, deixando claro, se o cidadão não for conhecedor de suas magias, nem use indumentárias para se dizer como fossem, pois poderá correr um perigo.

Caso você deseje pertencer e ser iniciado na Quimbanda, a primeira coisa que deve saber é que não somos nós que escolhemos a Quimbanda, mas a Quimbanda que nos escolhe. Assim como a Natureza seleciona os mais fortes e os mais aptos, de igual modo a Quimbanda irá selecionar os mais fortes e os mais aptos ao seu culto. A admissão ao culto, assim como o desenvolvimento dentro dele, depende apenas de nossa capacidade, esforço, honra e mérito. Nada na Quimbanda é dado de graça, todo àṣẹ tem seu valor de troca e isso precisa ficar claro a qualquer um que deseje adentrar ao culto. Não existe caridade em Quimbanda, tudo é feito, mas tudo é cobrado. Essa é a regra dos Exus.
A Quimbanda se trata de um culto para homens, ou seja, para pessoas adultas e formadas, responsáveis pelos seus atos e capazes de dar conta de suas escolhas, pois a Quimbanda se constrói no culto do “Eu”! Por este motivo, não é de costume iniciar menores e pessoas totalmente dependentes dentro deste sistema, pois na maioria das vezes encontraremos um fraquejamento, e uma vez pactuado, eternamente pactuado. E um pacto quebrado, terá suas consequências inevitáveis. Tudo na Quimbanda é pacto, é aliança, é compromisso mútuo entre encarnado e espírito. Os fracos se tornam caça ao invés de caçadores. Mas os fortes e escolhidos, serão grandes caçadores e guerreiros.
Sobre as vertentes, deixamos claro que não existe como fazer uma iniciação única para ambas vertentes ao mesmo tempo, pois são cultos distintos, naturezas distintas, o que não impede iniciação em todas, mas cada um reserva suas formas de assentamento, práticas, ritos iniciático e cultos bem individuais. Saber preservar a tradição sempre será a fórmula do sucesso.
Iniciação Presencial
Aproveitando o ensejo para deixarmos claro que não existe possibilidade iniciação à distância no que tange os sistemas e ritos de Quimbanda praticados em nosso Templo, sendo imprescindível a presença corpórea do neófito nos rituais que compreendem a cerimônia de iniciação e transmissão de àṣẹ ou moyo da tradição. Em resumo, não existe possibilidade de fazer uma cerimônia de transmissão de forças de Quimbanda sem a presença do noviço, o qual receberá marcações em seu corpo, como alguns outros rituais e banhos propiciatórios.
Passos para confirmar o caminho iniciático através do oráculo
Como Saber se Será Iniciado
Para saber se você será ou não iniciado na Quimbanda, tudo depende de uma consulta oracular à nossa Cabala de Exu, oráculo tradicional de Quimbanda Nàgô. Para isso, siga os seguintes passos:
- Envie uma mensagem de texto ou audio no WhatsApp se apresentando. Forneça informações sobre sua busca e jornada espiritual; porque deseja adentrar a Quimbanda; e porque busca iniciação em nossa família. O número de WhatsApp é: (21) 99421-4914.
- Agende sua consulta oracular à Cabala de Exu para constatação se sua situação espiritual, e confirmar se existe o caminho iniciático ou não dentro da Quimbanda ou de nossa casa.
Deixamos sempre claro que muitas vezes a não existência de caminhos não implica que seja em todas as vertentes e casas de Quimbanda, mas pode ser algo isolado no que tange aquela pessoa interessada e o templo ao qual pretende se filiar. Mas tudo isso é respondido pelo oráculo.
